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Trio baiano Tincoãs tem primeiro álbum revisitado por Ana Paula Albuquerque em tributo gravado com propriedade

Luedji Luna e Zé Manoel figuram no disco arranjado por Ubiratan Marques, da Orquestra Afrosinfônica, e programado para ser lançado em 29 de janeiro. Ana Paul...

Trio baiano Tincoãs tem primeiro álbum revisitado por Ana Paula Albuquerque em tributo gravado com propriedade
Trio baiano Tincoãs tem primeiro álbum revisitado por Ana Paula Albuquerque em tributo gravado com propriedade (Foto: Reprodução)

Luedji Luna e Zé Manoel figuram no disco arranjado por Ubiratan Marques, da Orquestra Afrosinfônica, e programado para ser lançado em 29 de janeiro. Ana Paula Albuquerque, cantora maranhense que vive na Bahia desde a adolescência, regrava no terceiro álbum o repertório do primeiro disco do grupo Tincoãs, de 1973 Engels Miranda / Divulgação Capa do álbum ‘Tributo aos Tincoãs’, de Ana Paula Albuquerque Engels Miranda ♫ OPINIÃO SOBRE DISCO Título: Tributo aos Tincoãs Artista: Ana Paula Albuquerque Cotação: ★ ★ ★ ★ ♪ Título fundamental da discografia afro-brasileira, o primeiro álbum do trio baiano Os Tincoãs revelou em 1973 um mundo de belezas ancestrais. Com repertório que alternava sambas com cantos religiosos do Candomblé, o álbum Os Tincoãs marcou o início da fase áurea do grupo fundado e formado em Cachoeira (BA), em 1960, por Erivaldo Souza Brito, Heraldo Costa Bozas (19?? – 1975) e Grinaldo Salustiano dos Santos (1940 – 2000), o Dadinho. O auge dos Tincoãs coincidiu com a entrada no grupo do cantor e compositor Mateus Aleluia. Também nascido em Cachoeira (BA), em 1943, Aleluia acentuou no repertório do grupo toda uma carga de ancestralidade afro-brasileira pela qual o trio passou a ser identificado desde então na música do Brasil. Ana Paula Albuquerque nasceu no Maranhão, mas migrou na adolescência para Salvador (BA), cidade onde bebeu da fonte límpida do som dos Tincoãs. Doutoranda em Música, Ana Paula sempre transitou pela MPB e a música afro-baiana, com toque de jazz, em rota que a conduz neste ano de 2025 a Tributo aos Tincoãs. Terceiro álbum da artista, sucessor de Omaremim (2019), Tributo aos Tincoãs apresenta recriação do antológico primeiro álbum do grupo, o já mencionado disco de 1973. No álbum da artista, programado para 29 de janeiro, Ana Paula Albuquerque reapresenta as 12 músicas do disco dos Tincoãs na sequência original. A única diferença é que, à música Na beira do mar (Mateus Aleluia e Dadinho), a cantora adiciona Lamento às águas (Mateus Aleluia e Dadinho, 1977) – música do terceiro álbum do grupo, também intitulado Os Tincoãs – em bela gravação feita com a adesão da cantora baiana Luedji Luna. Sem emular a irreproduzível matriz vocal do africanto coral dos Tincoãs, mas tampouco sem sucumbir à tentação (arriscada e modernosa) de regravar o repertório com beats contemporâneos, Ana Paula Albuquerque apresenta um tributo reverente, respeitoso, feito com a propriedade dos arranjos criados por Ubiratan Marques, maestro da Orquestra Afrosinfônica. Antecedido pelo single que apresentou a regravação do samba Capela d’Ajuda (tema tradicional em adaptação de Mateus Aleluia, Dadinho e Heraldo), o álbum cai no suingue do samba de roda Sabiá roxa (tema tradicional em adaptação de Mateus Aleluia, Dadinho e Heraldo) em gravação que junta Ana Paula com Sued Nunes, cantora nascida no Recôncavo Baiano e formadas nas rodas de samba da região. Há também um samba típico das zonas rurais da Bahia, caso de Raposa e Guará (tema tradicional em adaptação de Mateus Aleluia e Dadinho). Tal como o álbum de 1973, o tributo de Ana Paula Albuquerque aos Tincoãs abre com a música mais conhecida do repertório do disco, Deixa a gira girar, tema tradicional adaptado pelos integrantes do trio. A propósito, quase todos as faixas do disco são temas tradicionais reembalados pelos Tincoãs e revisitados por Ana Paula com a devida ênfase na percussão que embasa as gravações de cânticos de Candomblé, casos de Ogundê e de Obaluaê, este cantado por Ana Paula com Zé Manoel. Nessa seara, Canto pra Iemanjá se diferencia por ser tema original da lavra de Mateus Aleluia com Dadinho. Com banda-base formada pelos músicos Felipe Guedes (bateria), Gabi Guedes (percussão) , Jordi Amorim (guitarra) e Marcus Sampaio (baixo), Ana Paula Alburquerque imprime o próprio suave timbre vocal em músicas como o samba Embola, embola, fecho de um álbum histórico ora revivido com mesura no tributo de Ana Paula Albuquerque. Capa do álbum ‘Os Tincoãs’, de 1973 Reprodução

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